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27 maio 2011

Dueto....Renato e Márcia em: Tua Simples Presença


Fecho bem apertados//Com medo de não te encontrar
Meus olhos vermelhos e molhados//Embaçando a visão do caminho
Lacrimejados e perdidos//Sem vislumbrar direção
E vejo a tua face distante//Quando a queria junto à minha face tão próxima
Quase errante//Orvalhada por lágrimas quentes
Declino chamados gemidos//Pungentes
Mais do que sofridos//Dolorosamente doídos
Tentando num último golpe//Buscando um anestésico dolente
Acertar teu destino//Querendo você junto a mim
Ao lado da tua face//Todo o meu eu
O meu rosto//Feito sorriso já seco
Com o semblante cansado//Como areia do deserto
De tanto voar//Sem encontrar o oásis
Por dentro das nuvens//Sem encontrar as moradas
Carregadas de espera//Onde possamos estar
Essa constante exemplar//Na ânsia de perpassar o tempo e voar
Que não me larga//Porque jamais larguei você
E sonho enquanto isso//Que o etéro me abrace leve
Com o dia em que abrirei//Sendo chave que liberta
Meus olhos adormecidos//Enxergando pelo avesso
E te verei chegando//Mais que isso  estarei
Caminhando em minha direção//E permanecerei no abraço
Com teu sorriso encantador//Me farei iluminada
Teu jeito suspeito//Me fará reanimada
De me dizer que me ama//E eu sentir esse amor
E com tua sede de saciar//E em cada célula brotar
A minha fome de te amar//Carente infinitamente
E o meu vôo termina//Sou agora uma asa só
Minhas lágrimas secam//Engolidas pelos poros
E minha face se ilumina//Na esperança de você
Com a tua simples presença//Na lembrança do meu ser
Que me alucina//E me toma
Venha, sente-se aqui ao meu lado//Ou melhor deixe me acolhida em teu colo
E conte-me tuas histórias//Aquelas que só você sabe contar
Teus contos de fadas//Tuas aventuras infantis
Dê-me teu beijo mágico//Que me impregnou para sempre
E misture teu suor ao meu//Sempre e sempre
Até cairmos exaustos//Ligados por sensações
Com os olhos fechados//Em plena visão um do outro
E o coração palpitante//Batendo a esperança da vida
E sorrindo//Nessa antecipação do viver...juntos num mesmo plano...outra vez


Renato Baptista // Márcia Vilarinho

Quando a saudade brota, das perdas que se perdeu, dos amores separados, pelos planetas além, a alma fala em dueto muito bem sintonizado, por poetas que essa mesma dor vivenciaram e transformaram no encontro do encanto, a cada momento, como se a distância do etéreo não existisse jamais.

Agradeço, assim, ao meu amigo Renato Baptista essa especial partilha, em dueto. 

19 maio 2011

Amor eterno, sedução sem fim


Surge assim
O amor eterno
Alquimia
Do perfume
Transparente
Em que és a essência
Principal
Inebriante
Inextinguível
Perpétua
Posta em mim
Nos respiros dos meu ais
Nos poros da minh’alma
Na roupagem desta vida
Nas vestimentas do além
Em todo tempo
Flagrante
Amor eterno
Sedução sem fim

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

14 maio 2011

A sentença

Andou trôpego
Subiu as escadas
Apoiado ao corrimão
Agarrando o tempo
Como se fosse um bastão
Chegou lívido
O rosto cansado
De esperança
Os lábios descorados
Os olhos ofegantes
Bêbados de ilusão
Olhou ao redor
Cabisbaixo
Como se visse tudo
Por um espelho
Cabelos desgrenhados
Mãos crispadas
Coração em fogueira
Alma em geleira
Seu nome
Anunciado
Entrou na sala
E um outro homem
Juiz autorizado
Olhou-o
Não o viu
E julgou-o
Culpado...

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

10 maio 2011

Escrevo nas pedras


Escrevo nas pedras a história da minha vida, com caneta em ponta de lonsdaleite, tal qual a vida insculpiu em meu corpo as marcas do caminhar (Márcia Vilarinho).


De acordo com o site Discovery News, a lonsdaleite é matéria fabricada pela própria natureza. A lonsdaleite, feita de carbono é muito parecida com o diamante. É produzida através da colisão de asteróides e chega a ser 58% mais resistente que o diamante.



Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

06 maio 2011

De repente

De repente
Não mais que de repente
Eu queria o tanque de roupas
O quarador e o varal
E depois a roupa cheirando a sol
Sem amaciantes sem nada
Sabão de pedra
Feito no quintal
Anil comprado na esquina
E o ferro que pesava tanto
Pronto pra desamassar
As rugas do algodão
Por que sintético
Não tinha não
Sabonetes guardados
Em todas as gavetas
Sachês pendurados
Entre os cabides
Do velho guarda roupas
O rádio em melodia
A gente em sintonia
Sintonia maior de amor
Lá fora
Flores se abrindo
Em todos os nossos jardins
E na cozinha
O perfume da comida
Feita com tanto esmero
E cuidado....e sabor
Com gosto de quero mais
E chegando da escola
O destampar das panelas
E a surpresa e a espera
Sempre e cada vez maior
A família reunida à mesa
E minha mãe em tudo ao redor

De repente
Não mais que de repente
Agora...


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
Em homenagem a minha mãe Ortência Fernandes Peres, em seus 90 anos de idade

04 maio 2011

Trigueiro Trigal


Vaguei vestida de amor
Em transparentes vestes
Feitas de inteiros de mim
No abraço que te enlaçou
No alimento que energizou
No teu beijo gosto a mel

Vaguei vestida de mar
Oceano que esparrama
Ondas que correm enfim
E se arrebentam nas pedras
Nas pedras seichos rolantes
Que em mar eu fiz assim

Vaguei nua vestida de ti
Pele a pele poro a poro
Olhos fincados na alma
Pra toda a vida infinita
Coração ribombando alto
Música latente enfim

E nos campos do Poeta
Fui orgasmo do luar
E contundente acordei
Com a força do sol em mim
E nesse encontro frugal
Fiz-te trigueiro trigal


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes