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30 junho 2011

Poeira dos aviões

Em meio à trilha de asfalto
Repleta de somas
Em atrasos
No caminho
Do ser humano aniquilado
Pelo nada que o tudo traz
Olho entre nuvens e vejo
A ponta do metal brilhante
Do pássaro que voa
Banhado por raios de sol
Que não me alcançam
Mas sobre ele lançam
Um espetáculo especial
Subo aos céus em devaneio
E na rota livre do vôo
Mecânico em ferro
Aço espacial
Em livres trilhas
Sem atrasos
Marcadas pela poeira
Sublime
E singular
Dos aviões
Em versos
Que me fazem assim
Poeta
Segue o trânsito
E
Entumescida
Como raiz fincada
No mágico universo
Que também sou
Vou
Na fila contumaz
Da manhã tão arredia
E fria
Em que ninguém
Diz um bom dia
Nem sequer
Toma café

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

28 junho 2011

Feliz

Feliz
Eu vou detonar o relógio
Vender minha casa
Juntar minhas economias
Se sobrarem dos impostos
Vou pegar um ita pro Norte
Procurar uma praia
Um coqueiral
Uma casa pequenina
Com extensão virtual
Que me abrigue do frio
E me alimente de simplicidade
De frente pro mar
Sem quadros na parede
Pintura natural pela janela
Em tela assinada por Deus
Pela manhã tapioca e mel
Depois a qualquer hora
Frutas em frutal
Durante o dia inteiro
Pintarei telas imaginárias
Em interessantes conversas
Em linguagem primitiva
Permitida
Com os nativos no local
E com os parceiros do além
Anjos também
Serão reflexões puras
Simples e exatas
Que transformarei
Na mais pura poesia d’alma
Que venderei em cordel
E durante os espaços do sol
Estudarei música com o vento
E lerei os pensamentos do céu
E se perguntarem onde anda a Vilarinho
Digam que se encontrou
E da cidade grande se mudou
Sem telefone, sem CPF ou RG
Menos ainda título de eleitor
Sem saber de conta bancária
Siglas de qualquer espécie
Terá apenas endereço certo
Em sua casa e emoção
Pra receber em abraço aberto
Feliz
Os amigos do coração

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

23 junho 2011

Do urucum ao blush

Nas tribos
Pintura exótica
Urucum
Clama
No rosto
Máscaras
Pro dia
Pra noite
Pra guerra
Pra festa
E prá paz
.
Nós tribos
Insight
Blush maquia
Saúde
E vergonha
No rosto
Realce
Pro dia
Pra noite
Pra festa
Prá paz
.
Nós tribos na tribo
Pajés esotéricos
Pajés radicais
Que criam o tempo
Que pensam no evento
E nós femininas
Vaidosas demais
E eles vaidosos
Machos demais
Do urucum
À máscara dos dias
Em tons terminais
Que vai acoplar
Os gens naturais
Convite à Ciência
Pajelança capaz
...............
"Nasceremos, todos, já mascarados
...ou simplesmente maquiados,então?"
.
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

20 junho 2011

Roda gigante

Roda gigante
Sempre a girar
Como se eu
Fosse o ar
.
Roda gigante
No espaço a planar
Mostrando mil pontos
No seu caminhar
.
Roda gigante
Nos altos, nos baixos
Nos planos girando
E eu a olhar
.
Roda gigante
Em noite de estrelas
E então vejo o mar
 A lua abraçar
.
Roda gigante
E o ar voa livre
Nos poros do rosto
Cabelo a dançar
.
Roda gigante
O teu acalanto
Em doce balanço
A me liberar
.
Dos pontos da rota
Da roda a girar
A vida circula
O sonho a pulsar
.
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

16 junho 2011

11 junho 2011

Ao meu eterno amor


Teus olhos sobretudo
Ficaram cravados em minh’alma
E de tudo atentos
Viram minhas lágrimas
Em gotas de saudade
E de pronto senti o teu abraço
Forte de ternura eterna
E tantas e tantas vezes
Depois dessa tua viagem
Necessária por certo
Em que fiquei ao cais da vida
Acenando desconsoladamente
Senti o mesmo abraço
Forte de ternura eterna
E se outras pessoas
Fizeram-se presente
Em meu coração
Nenhuma nunca o desalojou
Porque eterno como o teu abraço
É o meu amor por você

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

08 junho 2011

Amanheço...assim


Despertei-me assustada
Pensamentos desestruturados
Sobre ações de trabalho
Em visão embaralhada
Nos diferentes liames do universo
E quando isso acontece
Ressalto o salto da cama
E vou, incontinenti, verificar
Se há mesmo algum problema
A sanar
Ao acolher as mensagens
De mentes em sintonia
Pelos caminhos do sono
Além da esfera do tempo
Das pessoas daqui
Junto às pessoas de lá
Tempo em dissintonia
Esperanto no falar
Tradução sem esperar
E, então, acordada
Revista e acalmada
Faço um café que rescende
Abro a janela iluminada
Por uma luz interna
Parecida a neon
Coração do computador
Passeio os olhos
Pelos canteiros de poesias
Saúdo o canto dos poetas
Colho o perfume dos versos
E amanheço, assim
Em mim
No reverso do meu próprio verso

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes


01 junho 2011

Rotas da Criação - II

O Olimpo em ensinamentos
Valores e pensamentos
Uma boneca de macela que fala
Consciência do escritor se exala
Um óleo sobre tela que persiste belo
Conjunção e expressão em paralelo
Uma peça de teatro célebre
Cuja fama corre célere
Um espetáculo de dança eletrizante
Marcante
Uma orquestra desde os Alpes para o mundo
Sentimento sonoro e profundo
Uma Atlântida perdida no Universo
Sem reverso
Os Incas e os Maias reinventados
Instados
A lua sendo alcançada
Por cientistas poetas
O sol nos alcançando
Energizando
As quatro estações do ano
Verdadeiro plano
Não de Vivaldi, mas de Deus
Nos torna arte feita também

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes