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30 dezembro 2011

Meu último dia do ano em prol do próximo Natal



O meu lado criança também fala no Natal
E mais alto agora que eu já poderia ser avó
Depois de tantos anos procurando
Procurando, procurando, procurando
E procurando e procurando
Atender aos pedidos ao Papai Noel
Feitos pelas crianças
Sempre com precisão absoluta
Sem erros ou equívocos
Certos da exatidão
Sem se importarem com os preços
E aí primeiro porque eles eram bem pequenos
Depois porque eles já eram grandões
E agora porque são adultos
Com seus lados crianças
Ainda super bem postos e dispostos a receber
O presente do Papai Noel
Que estava esquecido em mim
Nos pedidos do que eu queria
Nos presentes que eu sonhava
Nas surpresas que eu esperava
E que depois que meu marido partiu
Não mais existiram
Papai Noel, assim, desistiu de mim
Mas....
Meu lado criança de agora em diante
Grita e pede e.....exige também
Papai Noel, neste último dia do ano
Estou inaugurando um novo Natal
Com os meus olhos de criança
Voltados pras vitrines das lojas
Onde se esconde o meu presente almejado
Porque até então Papai Noel
Eu levei a sério o nascimento do menino Jesus
E achei que todos os presentes seriam para Ele
Além dos meus filhos, meus amigos, meus pais, minha irmã
Sobrinhos, acougueiro, leiteiro, padeiro, entregador do Correio,
Meus funcionários, os funcionários do meu prédio
E o funcionário do prédio da minha mãe
Menos eu....
Daqui pra frente eu aviso
Envelheci
Tornei-me criança de vez
E no Natal que vem
Vou escrever uma cartinha caprichada
Que, de preferência, represente um monte de “cifões”
Pois afinal aprendi
Assim se vive o Natal, em que pesem os senões
Da alta hipocrisia real...e do descaso

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

22 dezembro 2011

Quando os vagalumes acordarem

Quando os vagalumes acordarem
Eu terei na trilha o norte
Para segui-los noite adentro
E descansar beijada pelo sol

Quando os vagalumes acordarem
Eu terei estrelas na terra
E a lua a abençoá-los como mãe
Na sua infinita e emprestada luz

Quando os vagalumes acordarem
Eles carregarão os meus olhares
Por todas as direções espaciais

Quando os vagalumes acordarem
A soma de seus pequenos corpos a brilhar
Mostrará que somar é de fato ato milenar....

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

18 dezembro 2011

Uma bola vermelha na árvore de Natal

No útero do passado
Toda lembrança feliz
Renasce em cada Natal
Na forma dos adornos
Nas cores variadas
A enfeitar
As ruas e as casas
As mentes e os corações
Tanto quanto a Vida enfeita
O nascimento do Poeta mor
Que criou as parábolas
Poesias de Amor
Desde a manjedoura
Onde reuniu ao seu redor os animais
E os representantes reais
E lembro-me do meu pai
Do meu marido
Dos amigos
Dos que se foram
Dos que aqui ainda estão
E na árvore tradicional
Em homenagem a todos eles
Uma bola vermelha
Da cor do sangue que circula em nós
A refletir a sala inteira
A vida toda
Principio
VerboOrigem
Em nós
Natal


Criado e postado em Desafio - Casa 05 - Casa da Poesia em dezembro de 2011
por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes