Translate

19 fevereiro 2014


A cerração imensamente cor de rosa, que desde criança me assusta, descerrou-se em portal e pude passar por ele e nitidamente encontrar-te e o teu sorriso resplandecia os olhos de dormir despertos, com o brilho do sol misturado... ao desejo do luar.
.
E minha roupa terrena, esse vestir roto que me agasalha e me mantém aqui tão longe do teu aí, caiu deixando-me nua a alma que enlaçada ao teu brilho flutuou na claridade além, muito além, da névoa dissipada.
.
E então perpassamos por tantos diferentes dias da eternidade que nos tem mantido juntos, assim unidos e inseparados sempre, ainda que com diferentes máscaras, em diferentes ais, no baile indefinido dos dias desse gigante chamado tempo, no acalanto maior dos nossos passos retroagindo e retrocedendo paisagens.
.
E nesse passeio meio cósmico, muito além do universo, conseguimos sempre e mais entender onde estavas quando eu desaparecia e onde desaparecias de onde eu estava e o porquê, no enunciado da trilha mágica que nos faz eventos.
.
E então o dia amanheceu mágico e fugidio no compasso do relógio frio que me fez vestir esta roupagem terrena e rota novamente, fortalecida por esse nosso tão completo e encantador encontro , em que o teu perfume restará guardado na vestimenta d’alma...assim tão sempre.
.
E a cerração em rosa passou ao cinza da cidade grande no meio desses diferentes transeuntes, que fazem parte desse terreno mundo, em meio às sirenes das buzinas, pelo atraso dos minutos condensados nas palpitações feitas por sustos e medos que passeiam pelas nossas veias...no desencanto de tanto e tamanho desencontro...em diametral disparidade de energias...essas sim, dissipadas e contrariadas no dia a dia desse marca passo do coração ferido do mundo, de onde olho para o alto....e ainda te vejo, porque geminadas estão nossas raízes.
.
Em homenagem....no meu 35º aniversário de casamento...para sempre
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes