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30 agosto 2014

Ser e estar


E de repente
Livres
De amarras
Da insegurança
Dos medos
Da visão abortiva
De qualidades
E defeitos...
De limites
Das comparações
Da intensificada posse
Da propriedade imprópria
Porque nos fizemos soma
E somos
E estamos
Como o céu
Complementando o espaço
Como a água
Complementando a terra
Inteiros e livres
Em equilibrado veio
Para o que nos são as asas
Em voos
Juntos
Por momentos
Numa mesma direção
E em outros
Separados
Pelo espaço
Bem por isso
Sem sermos
Prisioneiros
Quer dos modelos
Quer dos estigmas
Ou mesmo um do outro
Somos duas dimensões
E por isso há tanto
É o sentimento assim
Tão verdadeiro
Que nos mantém
Inteiramente
Inteiros
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
Da série “ Ser e estar”

23 agosto 2014

Meus campos de margarida


 
São tantos os movimentos
Feitos momentos vividos
Guardados no coração
Refletidos com emoção
Em cada troca de olhar
Que faz da vida uma estrada
Marcada em linha dourada
Pra não perder o reflexo
De cada passo galgado
Em sintonia e união
.
São tantas as alegrias
E os risos tão espontâneos
Que renascem das aragens
De tão distantes paragens
E quando chega o encontro
Restabelece o encanto
Num abraço acalorado
A registrar o carinho
Que nada pode afastar
Nesta serena idade
.
São tantas as novidades
Em internas descobertas
Desse tempo diferente
Que se traduz no outono
Em soma de primavera
E é constante a quimera
Que nos faz atravessar
A ponte do dia a dia
Importante travessia
Para a verdade do ser
.
E em somas de vagalumes
Quando o sol adormece
Os olhos voam com eles
Buscando os corações
Que durante todo o dia
Seguiram as borboletas
Em campos de margaridas
Ao som de trinados vários
Que fazem do tempo presente
A presença do passado
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
Da série “Meus campos de margaridas”