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04 agosto 2016

Poema do adeus ao ontem

Já vivi um grande amor intenso
Imenso, insano, sano e sacrossanto
Quase trágico, mas verdadeiro
Tatuado n’alma por inteiro
.
Já erigi choupanas, castelos, casas em abrigo
Tijolo por tijolo seguro... com ou sem escada
Sem nunca lhes haver cruzado a entrada
Porque nada tinham a ver comigo
.
  Já perdi entes queridos como o próprio caminhar
Sem jamais me perder em qualquer estrada
E como centopeia a cada passo estagnado
Novos, fortes, bons e capazes sustentáculos
.
Já recebi o carinho imenso de amigos verdadeiros
Que me alcançaram d’alma o colorido
E das arraigadas rejeições bem disfarçadas
Disfarcei também todo o sentido
.
E hoje a minúscula caderneta de chamadas
É o tesouro que me acompanha como eterno bem
Na certeza que carrego tão somente o ouro d’alma
Dizendo adeus ao que do ontem hoje vivo tão além
.
Porque na verdade existe um plano detalhado
Traçado pelo centro do círculo vital original
Que fortalece o livre arbítrio praticado
Por quem sem medo sintoniza o natural
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
Da série “Seguindo adiante”
 

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